Desatei todos os meus nós,
matei os meus heróis e extirpei meus monstros,
abandonei os meus sonhos e assim, a ilusão.
Procurei apagar meu retrato e percebi que
já não era possível.
Então, criei uma nova roupagem,
desconfigurada, diferente de toda normalidade
insana que existe nesse mundo.
Desfiz-me da bengala e percebi sua inutilidade,
apaguei a memória, deletei todos os arquivos,
sem receio, sem medo, me tornei um cético.
Mas não demorou muito até perceber que
o ceticismo também era uma ilusão.
Encarei todos os mistérios da vida
e percebi que não haviam mistérios,
isso fez com que a própria vida deixasse de ser um fardo.
Libertei-me!
Sem precisar temer algo,
sem o flagelo de minha consciência,
sem a constante necessidade de me perdoar,
sem punição, pecado, crime e castigo.
Devo confessar, sou um retrato inacabado,
cuja existência precede a própria essência,
um porvir, um vindouro, um vir-a-ser,
um homem FELIZ.
Por: Maicon J. Fortunato
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