sábado, 27 de agosto de 2011

Da simplicidade do filosofar!


Não há segredos para o pensar.
Não existem padrões e erudição que nos tornam críticos.
A beleza do pensamento está na simplicidade do filosofar!
Não cristalize suas possíveis verdades, não cristalize seus conceitos (Liberdade, justiça, igualdade)
Faça sempre uma análise sobre os mesmos.
Não torne a busca pelo conhecimento uma reprodução demagógica de pensamentos
e pensadores.
Construa, diariamente, sua forma de pensar.
Privilegie sempre, o modo simples de filosofar!
Isso não implica em aceitar discursos fáceis,
não implica em propagar ideias alienantes.
Ao contrário, trata-se de ohar a vida como ela é!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

AUTORRETRATO (repostagem) - Maicon Jose Fortunato

Em comemoração ao primeiro aniversário do blog!




Desatei todos os meus nós,
quebrei as correntes que me aprisionavam,
retirei as mordaças que me impediam de falar,
matei os meus heróis e extirpei meus monstros,
abandonei os meus sonhos e assim, a ilusão.            

Procurei apagar meu retrato e percebi que
já não era possível.
Então, criei uma nova roupagem,
desconfigurada, diferente de toda normalidade
insana que existe nesse mundo.                                                    

Desfiz-me da bengala e percebi sua inutilidade,
apaguei a memória, deletei todos os arquivos,
sem receio, sem medo, me tornei um cético.
Mas não demorou muito até perceber que
o ceticismo também era uma ilusão.

Encarei todos os mistérios da vida
e percebi que não haviam mistérios,
isso fez com que a própria vida  deixasse de ser um fardo.

Libertei-me!
Sem precisar temer algo,
sem o flagelo de minha consciência,
sem a constante necessidade de me perdoar,
sem punição, pecado, crime e castigo.

Devo confessar, sou um retrato inacabado,
cuja existência precede a própria essência,
um porvir, um vindouro, um vir-a-ser,
um homem FELIZ.

                                                                 Por: Maicon J. Fortunato

Gritam os jovens ingleses: "A sociedade (capitalista) é que está doente!"



Gritam os jovens ingleses: <br>"A sociedade (capitalista) é que está doente!"

"Partes da sociedade estão doentes (...) Trata-se de criminalidade pura e simples e não há qualquer desculpa para isso. Não permitiremos que a cultura do medo exista em nossas ruas. Faremos o que for preciso para restaurar a lei e a ordem e reconstruir nossa comunidade".
David Cameron, premiê britânico – recentemente envolvido no escândalo de escutas ilegais de Murdoch – abandonou suas agradáveis férias italianas para dar a deplorável declaração acima. Neste momento, as prisões londrinas estão abarrotadas de milhares de jovens, a tal grau que aqueles com passagem pela polícia estão sendo transferidos para cadeias no interior do país. Em apenas uma semana, uma onda de revolta e violência se ergueu e inundou as principais cidades inglesas, destruindo carros, casas, lojas, erguendo barricadas e transformando as ruas em campos de batalhas.
A faísca foi acesa pelos tiros à queima-roupa contra o jovem Mark Duggan no dia 4/08, perpetrados pela polícia londrina. Do bairro suburbano Tottenham, onde morava Duggan, protestos tomaram Londres e importantes cidades como Bristol, Birmingham, Leeds, Liverpool, Nottingham e Manchester. Como afirmou o próprio Cameron, "simplesmente não havia polícia suficiente e as táticas que usavam não funcionavam".
O país ainda está paralisado, instável, atravessado pelas contradições e se perguntando como tudo isso foi possível em apenas uma semana. De seu ponto de vista, Cameron nos explica: "Trata-se de uma cabal falta de responsabilidade de determinados setores da sociedade. São pessoas que tendem a pensar que o mundo lhes deve algo e que os seus direitos suplantam as suas responsabilidades".
A verdade por trás da hipócrita afirmação do premiê é que o mundo realmente deve algo aos jovens londrinos. Numa sociedade fundada sobre a exploração, o único direito sério que o jovem trabalhador tem é o direito ao trabalho. Esse direito, no entanto, lhe é roubado a cada dia. Não à toa a revolta começou em Tottenham: é o bairro com o maior número de desempregados em Londres. Números divulgados em julho revelam que ali há mais de 6 mil trabalhadores desocupados e apenas 121 ofertas de emprego.
No país todo e no resto do continente em crise a situação não é melhor. A taxa oficial de desemprego está em 8,8% e é muito maior para a juventude. Somente no último ano a procura por emprego aumentou em 10%. O desemprego entre os jovens na União Europeia atinge níveis insustentáveis, tendo crescido cerca de 25% somente nos últimos dois anos e meio. Em média, em todo o continente atinge 20,5% entre os de 15 e 24 anos. Trata-se da maior percentagem desde que as estatísticas começaram a ser registradas. Na Espanha, os números dobraram desde 2008, atingindo 46% dos jovens. Em segundo lugar está a Grécia, com 40%, depois a Itália (28%), Portugal e Irlanda (ambos com 27%) e França (23%). É essa negatividade aprisionada nas grandes cidades, e pronta para explodir, que se manifesta nos protestos da juventude de toda a Europa.
Em vários depoimentos que circularam na internet, além do “governo” e dos “ricos”, os jovens ingleses atacam ainda especialmente a polícia, que estaria impondo um regime arbitrário de perseguição, com abordagens e revistas sem qualquer justificativa.
Sabe-se ainda que grande parte dos desempregados suburbanos são imigrantes. No caso da Inglaterra, são sobretudo indianos e sul-africanos – ou seja, trabalhadores que, em busca de melhores condições de sobrevivência, saíram de países brutalmente colonizados e violentados pela própria Inglaterra.
Assim, a violência hoje empregada pelos jovens ingleses contra a polícia e contra símbolos da sociedade capitalista não é apenas uma resposta à violência cotidiana a que eles estão submetidos, não é apenas uma resposta à violência do desemprego, dos cortes sociais e da repressão policial constante, mas é também um retorno, sob nova forma, da violência histórica originária do próprio capital inglês e mundial. A violência, agora, se volta contra a burguesia.
A bestialidade da violência imperialista empregada pela Inglaterra – o massacre de povos inteiros, como os africanos e indianos, para construir grandes fortunas e dar à luz o modo de produção capitalista, o terrível processo descrito por Marx no capítulo XXIV d'O Capital – nunca desapareceu. Apenas soterrada, a violência precipita em diversos momentos, paralisando a sociedade. O caso não é exclusivo da Inglaterra. Vimos o mesmo ocorrer nas periferias da França em 2005 e 2007. Tal violência, no entanto, é muito inferior àquela imposta durante séculos à classe trabalhadora pelo capital.
A violência originária foi e é empregada não apenas contra os jovens imigrantes, mas também contra todos os trabalhadores europeus. Devido às péssimas e instáveis condições de vida, os jovens imigrantes são muitas vezes os primeiros a liberar tal violência e em tal patamar.
Vivemos em uma sociedade sob o signo da morte, que desperdiça milhões de potencialidades e alista toda uma geração para engrossar o exército industrial de reserva, com a única função de pressionar os trabalhadores existentes a aceitarem cortes em suas condições de vida. Em todo o mundo a burguesia luta conscientemente para retomar certa rentabilidade em seu capital, buscando agora “latino-americanizar” a Europa. O próximo passo será “asiatizar” a América Latina e devastar a China, destruindo povoados e recursos naturais como fez com a África.
Se partes da sociedade estão doentes, como quer David Cameron, certamente são aquelas que, como ele, sob o signo da morte buscam implementar o projeto irracional de não-futuro do capital.

Fonte: Mnn 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

“Não é crise. É que não te quero mais”



Manuel Castells diz que, diante das novas turbulências financeiras, é preciso propor grandes mudanças — entre elas, reinvenção da democracia
Por Manuel Castells, La Vangardia | Tradução Cauê Seigner Ameni
Quando milhares de [jovens] indignados, [que ocuparam as praças da Espanha], tiram de foco a “crise” e atacam diretamente o sistema que produz tantos desarranjos, estão sustentando algo importante. Querem dizer que é preciso ir à raiz dos problemas, olhar para suas causas. Porque se elas persistirem, continuarão produzindo as mesmas consequências.
Mas de que sistema falamos? Muitos diriam capitalismo, mais é algo pouco útil: há muitos capitalismos. Precisamos analisar o que vivemos como crise para entender que não se trata de uma patologia do sistema,mas do resultado deste capitalismo. Além disso, a critica se estende à gestão política. E surge no contexto de uma Europa desequilibrada por um sistema financeiro destrutivo que provoca a crise do euro e suscita a desunião europeia.
Nas ultimas décadas, constituiu-se um capitalismo global, dominado por instituições financeiras (os bancos são apenas uma parte) que vivem de produzir dívida e ganhar com ela. Para aumentar seus lucros, as instituições financeiras criam capital virtual por meio dos chamados “derivativos” [ou, basicamente, apostas na evolução futura de todo tipo de preço]. Emprestam umas às outras, aumentando o capital circulante e, portanto, os juros [e comissões] a receber. Em média, os bancos dispõem, nos Estados Unidos ou na Europa, de apenas 3% do capital que devem ao público. Se este percentual chega a 5%, são considerados solventes, [em boa saúde financeira]. Enquanto isso, 95% [do dinheiro dos depositantes] não está disponível: alimenta incessantemente operações que envolvem múltiplos credores e devedores, que estabelecem relações num mercado volátil, em grande parte desregulado.
Diz-se que umas transações compensam umas às outras e o risco se dilui. Para cobrir os riscos, há os seguros – mas as seguradoras também emprestam o capital que deveriam reservar para fazer frente a sinistros. Ainda assim, permanecem tranquilos, porque supõem que, em ultima estancia, o Estado (ou seja, nós) vai salvá-los das dívidas – desde que sejam grandes o suficiente [para ameaçar toda a economia]… O efeito perverso deste sistema, operado por redes de computadores mediadas por modelos matemáticos sofisticados, é: quanto menos garantias tiverem, mais rentáveis (para as instituições financeiras e seus dirigentes) as operações serão. E aqui entra outro fator: o modelo consumista que busca o sentido da vida comprando-a em prestações….
Como o maior investimento das pessoas são suas próprias casas, o mercado hipotecário (alimentado por juros reais negativos) criou um paraíso artificial. Estimulou uma industria imobiliária especulativa e desmesurada, predadora do meio ambiente, que se alimenta de trabalhadores imigrantes e dinheiro emprestado a baixo custo. Diante de tal facilidade, poucos empreendedores apostaram em inovações. Mesmo empresas de desenvolvimento tecnológico, grandes ou pequenas, passaram a buscar a autovalorização no mercado financeiro, ao invés de inovar. O que importava não eram as habilidades e virtudes da empresa, mas seu valor no mercado de capitais. O que muitos “inovadores” desejavam, na verdade, é que sua empresa fosse comprada por uma maior. A chave desta piramide especulativa era o entrelaçamento de toda essa divida: os passivos se convertiam em ativos para garantir outros empréstimos. Quando os empréstimos não puderam mais ser pagos, começou a insolvência de empresas e pessoas. As quebras propagaram-se em cadeia, até chegar no coração do sistema: as grandes seguradoras.
Diante do perigo do colapso de todo o sistema, os governos salvaram bancos e demais instituições financeiras.
Quando secou o credito às empresas, a crise financeira converteu-se em crise industrial e de emprego. Os governos assumiram o custo de evitar o desemprego em massa e tentar reanimar a economia moribunda. Como pagar a conta? Aumentar os impostos não dá votos. Por isso, recorreram aos próprios mercados financeiros, aumentando sua já elevada dívida pública. Quanto mais especulativas eram as economias (Grécia, Irlanda, Portugal, Itália, Espanha) e quanto mais os governos pensavam apenas no curto prazo, maior eram o gasto público e o aumento da dívida. Como ela estava lastreada por uma modea forte – o euro –, os mercados continuaram emprestando. Contavam com a força e o crédito da União Europeia. O resultado foi uma crise financeira de vários Estados, ameaçados de falência. Esta crise fiscal converteu-se, em seguida, numa nova crise financeira: porque colocou em perigo o euro e aumentou o risco de países suspeitos de futura insolvência.
Mas quem quebraria, se fossem à falência os países em condições financeiras mais precárias, eram os bancos alemães e franceses. Para salvar tais bancos, era, portanto, preciso resgatar os países devedores. A condição foi impor cortes nos gastos dos Estados e a redução de empregos em empresas e no setor público. Muitos países – incluindo a Espanha – perderam sua soberania econômica. Assim chegaram as ondas de demissões, o aumento do desemprego, a redução de salários e os cortes nos serviços sociais. Coexistem com lucros recordes para o setor financeiro. Claro que alguns bancos perderam muito, e terão de sofrer intervenção do Estado – para serem, em seguida, reprivatizados. Por isso, os “indignados” afirmam que o sistema não está em crise. O capital financeiro continua ganhadondo, e transfere os prejuízos à sociedade e aos Estados. Assim se disciplinam os sindicatos e os cidadãos. Assim, a crise das finanças torna-se crise política.
Por que a outra característica-chave do sistema não é econômica, mas política. Trata-se da ruptura do vinculo entre cidadão e governantes. “Não nos representam”, dizem muitos. Os partidos vivem entre si e para si. A classe política tornou-se uma casta que compartilha o interesse comum de manter o poder dividido entre si mesma, através de um mercado político-midiatico que se renova a cada quatro anos. Auto-absolvendo-se da corrupção e dos abusos, já que tem o poder de designar a cúpula do Poder Judiciário.
Protegido desta forma, o poder Político, pactua com os outros dois poderes: o Financeiro e o Midiático, que estão profundamente imbricados. Enquanto a dívida econômica puder ser rolada, e a comunicação controlada, as pessoas tocarão suas vidas passivamente. Esse é o sistema. Por isso, acreditavam-se invencíveis. Até que a surgiu a comunicação autônoma e as pessoas, juntas, perderam o medo e se indignaram. Adonde ván? Cada um tem sua ideia, mas há temas em comuns. Que os bancos paguem a crise. Controle sobre os políticos. Internet livre. Uma economia da criatividade e um modo de vida sustentável. E, sobretudo, reinventar a democracia, a partir de valores como participação, transparência e prestação de contas aos cidadãos. Porque como dizia um cartaz dos indignados: “Não é que estamos em crise.Es que ya no te quiero”.
Fonte: Outras palavras

sábado, 6 de agosto de 2011

O episódio: "A grande batata" da Família Dinossauro e a reflexão sobre a origem do vida

Esse episódio da Família Dinossauro conhecido como "A grande batata", cujo título original é "A maior história jamais vendida / The Greatest Story Ever Sold". Retrata de forma sarcástica uma das questões fundamentais da humanidade: A origem da vida. Com uma pitada de humor, o episódio desenvolve uma crítica ferrenha aos modelos religiosos vigentes em nossa sociedade.

Vale a pena assitir!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O incomparável Edvard Grieg

Minha maior experiência (aos 18 anos): "A última primavera".


Não há melodia mais encantadora e sublime do que essa genial composição de Grieg.






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