Desatei todos os meus nós,
matei os meus heróis e extirpei meus monstros,
abandonei os meus sonhos e assim, a ilusão.
Procurei apagar meu retrato e percebi que
já não era possível.
Então, criei uma nova roupagem,
desconfigurada, diferente de toda normalidade
insana que existe nesse mundo.
Desfiz-me da bengala e percebi sua inutilidade,
apaguei a memória, deletei todos os arquivos,
sem receio, sem medo, me tornei um cético.
Mas não demorou muito até perceber que
o ceticismo também era uma ilusão.
Encarei todos os mistérios da vida
e percebi que não haviam mistérios,
isso fez com que a própria vida deixasse de ser um fardo.
Libertei-me!
Sem precisar temer algo,
sem o flagelo de minha consciência,
sem a constante necessidade de me perdoar,
sem punição, pecado, crime e castigo.
Devo confessar, sou um retrato inacabado,
cuja existência precede a própria essência,
um porvir, um vindouro, um vir-a-ser,
um homem FELIZ...
Por: Maicon J. Fortunato
Feliz aquele que consegue quebrar certos grilhões, abandonar certos fardos, com certeza esse viaja mais leve.
ResponderExcluirQuanta beleza num só texto
ResponderExcluir(leve)
de um só homem
(estranho)
que desfaz nós
(complicado)
e é feliz
(ponto)