
Baseado na obra: Leviatã (Thomas Hobbes) - da analogia entre autor (povo) e ator (representante: Soberano)
Por: Maicon Fortunato - mestrando em filosofia política.
Observam o cenário montado, é chegado a hora!
os figurantes já se posicionaram, perfeita simetria.
Uma trilha ao fundo une, espectador e espetáculo;
Protagonistas desfilam com seus figurinos atraentes,
imponentes, esteticamente convincente!
Acenam para o público, ensejam um discurso, mais ainda é cedo...
Neste momento as cortinas se abrem:
bem-vindo ao "fantástico show da vida".
Mas afinal, qual é a trama da peça?
Qual é o gênero? seria uma comédia? se for, é preciso ter muita cautela,
afinal, há um limite tênue entre o riso e o ridículo.
Mas se for uma tragédia? pois bem, que todas as desventuras, todos os infortúnios estejam justapostos para que assim possam atingir o público,
e que em meio a tanta desgraças, os mesmos possam se sentirem purificados.
Agora, se não provocar risos e nem catarse, se a tônica do espetáculo não
provocar reações, então, é preciso solapar o edifício montado.
Destituir os protagonistas e fazer desta ficção uma verdadeira epopéia.
Assim feito, o público deve se mesclar a trama, de tal forma que não seja mais perceptível a diferença entre realidade e ficção.
E nesse instante, o povo assume o papel de ator e autor, desfazendo a velha ordem.
Tornando-se capazes de personificar suas próprias vidas e por fim, de decidir o exato momento de encerrar o espetáculo.
Por: Maicon Fortunato - 23/06/11
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