sexta-feira, 22 de abril de 2011

Crise econômica mundial pode retornar



Crise econômica mundial <br>pode retornar

Em relatório publicado na última semana, o FMI (Fundo Monetário Internacional) advertiu para a possibilidade de um nova recessão da economia mundial. E o sinal de alerta soou novamente nos Estados Unidos.
Segundo analistas, as finanças da maior economia do planeta foram as mais afetadas pela concessão de empréstimos destinados a salvar empresas e bancos nos últimos dois anos. A consequencia é o aumento da projeção do déficit público do Estado norte-americano para este ano. Estima-se que o déficit pode chegar a 10,8% do PIB, o que representa mais do dobro da projeção média dos países da região do euro (4,4%) e da média mundial (4,7%).
De fato, a ajuda aos bancos e grandes empresas à beira da falência foi realmente enorme. À escala global, esta ajuda atingiu US$ 14 trilhões (mais de 7 vezes o valor do PIB brasileiro, que foi de US$ 1,8 trilhões em 2010).
Para cumprir seu compromisso de reduzir pela metade o déficit do Estado norte-americano até 2013, Obama propôs, em discurso feito na última quarta-feira, cortes para os próximos 12 anos que somam US$ 4 trilhões. Estima-se que os setores mais afetados seriam o da saúde (US$ 1 trilhão), educação, meio ambiente, transporte, infra-estrutura, salários e benefícios dos funcionários públicos federais (US$ 770 bilhões), assim como os subsídios agrícolas, o seguro de pensão federal, o vale-alimentação e os programas de suporte de renda para os pobres e os desempregados (US$ 360 bilhões).
Dos gastos militates, Obama cortará menos de 4%, o que equivale a um corte de US$ 400 bilhões nos próximos 12 anos. O caráter irrisório do corte dos gastos militares em comparação com aqueles da área social fica ainda mais evidente se for levado em conta que os Estados Unidos foram responsáveis por 43% de tudo o que o mundo gastou com os setores militares em 2010, seguido de longe pela China (7,3%) e pela França (3,6%). As despesas militares dos Estados Unidos chegam a 4,8% do PIB, taxa bem superior à da China (2,1%), da Índia (2,7%) e do Brasil (1,6%).
Entre as medidas propostas por Obama para conter o déficit público, inclui-se também o aumento dos impostos para os ricos. No entanto, o presidente não detalhou os percentuais. Estima-se que o máximo que ele possa chegar é tentar neutralizar os cortes de impostos aos ricos realizados pelo seu antecessor, George W. Bush, o que significa muito pouco.
Em seu discurso, Obama citou o governo brasileiro como exemplo de eficiência em cortes de gastos públicos. De fato, as receitas dos dois governos seguem a mesma lógica: conceder empréstimo barato às grandes empresas e bancos, por um lado e, por outro, cortar as verbas destinadas aos serviços sociais voltados aos trabalhadores.

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