segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre a brevidade da vida - Feliz 2011


Quem é vivo sempre aparece!!!
Pois bem, depois de uma temporada hibernando pelo mundo afora resolvi retornar às minhas atividades. Confesso que estou meio desanimado para tal, mas é preciso revitalizar e reavivar nossos projetos, mesmo que não tenham produzidos bons frutos. De qualquer forma, pensei em começar esse ano com um texto que transmitisse bons fluidos e encontrei em meu cabedal algo que alcance tal intento, trata-se da obra prima do pensador romano, Sêneca: "Sobre a brevidade da vida". Extraí algumas reflexões desse livro e espero que agrade meus amigos.

                                                                                                                                         Feliz 2011.
Maicon J. Fortunato.


I

"Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida, se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas. Ao contrário, se desperdiçada no luxo e na indiferença, se nenhuma obra é concretizada, por fim, se não se respeita nenhum valor, não realizamos aquilo que deveríamos realizar, sentimos que ela realmente se esvai(...) Como grandes riquezas, quando chegam às mãos de um mau administrador, em curto espaço de tempo, se dissipam, mas, se modestas e confiadas a um bom guardião, aumentam com o tempo, assim a existência se prolonga por um largo período para o que sabe dela usufruir".

II

"Por que reclamamos da Natureza? Ela se mostrou benevolente: a vida, se souberes viver, é longa. Mas a insaciável ganância domina um; outro, desperdiça sua energia em trabalhos supérfluos; um encharca-se de vinho, outro está preocupado com a opinião alheia; um entorpecido pelo desejo de lucro (...) Pequena é a parte que vivemos. Pois todo o resto não é vida, mas somente tempo. Os vícios sufocam os homens e andam a sua volta, não lhes permitindo levantar nem erguer os olhos para distinguir a verdade".

III

" Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano"(...) Vamos, faz o cálculo da tua existência. Conta quanto deste tempo foi tirado por um credor, uma amante, pelo poder, por um cliente(...) Acrescenta, ainda, as doenças causadas por nossas próprias mãos e também todo o tempo desperdiçado. Verás que tens menos anos do que contas. 
Perscruta a tua memória: quando atingiste um objetivo? Quantas vezes o dia transcorreu como o planejado? Quando usaste teu tempo contigo mesmo? Quando mantiveste uma boa aparência e o espírito tranqüilo? Quantas obras fizestes para ti com um tempo tão longo? O quanto da tua existência não foi retirado pelos sofrimentos sem necessidade, tolos contentamentos, paixões ávidas, conversas inúteis, e quão pouco te restou do que era teu? Compreenderás que morres cedo"

Um comentário:

  1. Felicitações pelo retorno, ótimo texto para nossa reflexão, teus leitores agradecem.

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