quinta-feira, 14 de abril de 2011

É um tal de "disse me disse"

"Prefiro ser destoante e sem cadência do que servir a essa corja de safados!" -August Ramon


        A história é simples, destas de vizinhas fuxiqueiras, sente-se para não cansar, se aprochegue para melhor escutar;
        No tal do "disse me disse", ouvi dizer por ai, nesse mundão de meu Deus, que fulano bajulando ciclano se atreveu a  maldizer de beltrano. Num sei a modo de que, por mando de quem, a conversa chegou aos ouvidos mais alcoviteiros de toda a redondeza. A figura emblemática, dotô de terno e gravata, se espichou feito gato escaldado abocanhando o microfone a fim de contá uma conversa fiada.
       A prosa à toa coisa boa num pudia dá! Corriqueiro, malfeitor, língua de trapo, sem medir as palavras foi logo se atirando, e no disse me disse, foi pego com a boca na botija e, por fim, teve que se desculpar. Tanta tontice, abestado maior não existe do que estes que num tal de disse me disse se atrevem a fuxicar.
       Eu na minha crendice, cego pra tudo que se diz verdade, prefiro ouvir o canto do galo do que as vozes que nos tempos da carochinha se ouvia falar.


Por: Maicon J. Fortunato

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