quarta-feira, 27 de abril de 2011

PLATÃO E O MUNDO DAS IDEIAS

A Escola de Atenas (Scuola di Atenas no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Platão. Foi pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. A obra é um afresco em que aparecem ao centro Platão e Aristóteles. Platão segura o Timeu e aponta para o alto, sendo assim identificado com o ideal, o mundo inteligível. Aristóteles segura a Ética e tem a mão na horizontal, representando o terreste, o mundo sensível.

VIDA E OBRA

       Diversamente de Sócrates , que era filho do povo, Platão nasceu em Atenas, em 428 ou 427 a.C., de pais aristocráticos e abastados, de antiga e nobre prosápia. Temperamento artístico e dialético - manifestação característica e suma do gênio grego - deu, na mocidade, livre curso ao seu talento poético, que o acompanhou durante a vida toda, manifestando-se na expressão estética de seus escritos; entretanto isto prejudicou sem dúvida a precisão e a ordem do seu pensamento, tanto assim que várias partes de suas obras não têm verdadeira importância e valor filosófico. Aos vinte anos, Platão travou relação com Sócrates - mais velho do que ele quarenta anos - e gozou por oito anos do ensinamento e da amizade do mestre. Quando discípulo de Sócrates e ainda depois, Platão estudou também os maiores pré-socráticos. Depois da morte do mestre, Platão retirou-se com outros socráticos para junto de Euclides, em Mégara.

     Daí deu início a suas viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388). Visitou o Egito, de que admirou a veneranda antigüidade e estabilidade política; a Itália meridional, onde teve ocasião de travar relações com os pitagóricos (tal contato será fecundo para o desenvolvimento do seu pensamento); a Sicília, onde conheceu Dionísio o Antigo, tirano de Siracusa e travou amizade profunda com Dion, cunhado daquele. Caído, porém, na desgraça do tirano pela sua fraqueza, foi vendido como escravo. Libertado graças a um amigo, voltou a Atenas. Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia. Adquiriu, perto de Colona, povoado da Ática, uma herdade, onde levantou um templo às Musas, que se tornou propriedade coletiva da escola e foi por ela conservada durante quase um milênio, até o tempo do imperador Justiniano (529 d.C.)

     Platão, ao contrário de Sócrates, interessou-se vivamente pela política e pela filosofia política. Foi assim que o filósofo, após a morte de Dionísio o Antigo, voltou duas vezes - em 366 e em 361 - à Dion, esperando poder experimentar o seu ideal político e realizar a sua política utopista. Estas duas viagens políticas a Siracusa, porém, não tiveram melhor êxito do que a precedente: a primeira viagem terminou com desterro de Dion; na segunda, Platão foi preso por Dionísio, e foi libertado por Arquitas e pelos seus amigos, estando, então, Arquistas no governo do poderoso estado de Tarento. Voltando para Atenas, Platão dedicou-se inteiramente à especulação metafísica, ao ensino filosófico e à redação de suas obras, atividade que não foi interrompida a não ser pela morte. Esta veio operar aquela libertação definitiva do cárcere do corpo, da qual a filosofia - como lemos no Fédon - não é senão uma assídua preparação e realização no tempo. Morreu o grande Platão em 348 ou 347 a.C., com oitenta anos de idade.
       Platão é o primeiro filósofo antigo de quem possuímos as obras completas. Dos 35 diálogos, porém, que correm sob o seu nome, muitos são apócrifos, outros de autenticidade duvidosa. A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário de Sócrates e o método estritamente didático de Aristóteles. No fundador da Academia, o mito e a poesia confundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. Faltam-lhe ainda o rigor, a precisão, o método, a terminologia científica que tanto caracterizam os escritos do sábio estagirita.
     A atividade literária de Platão abrange mais de cinqüenta anos da sua vida: desde a morte de Sócrates , até a sua morte. A parte mais importante da atividade literária de Platão é representada pelos diálogos - em três grupos principais, segundo certa ordem cronológica, lógica e formal, que representa a evolução do pensamento platônico, do socratismo ao aristotelismo .

O Mundo das Ideias de Platão

Por Ana Elizabeth
     Do ponto de vista filosófico, o principal objetivo de Platão era encontrar na sociedade uma realidade que fosse eterna e imutável. Partia da ideia de que existem duas realidades diferentes que envolvem o ser humano, o Mundo das Idéias e o Mundo das Sombras, conhecido também como Mundo dos sentidos. 

  As idéias eternas e imutáveis fazem parte do Mundo das Idéias, e determinam os conceitos que temos sobre o mundo físico. O Mundo dos Sentidos se refere ao que habitamos, composto por uma série de valores imperfeitos, como sombras de uma realidade perfeita. As coisas desse mundo imperfeito não são eternas ou imutáveis, são feitas de matéria, objetos materiais que funcionam como “cópias” das idéias perfeitas e imutáveis do Mundo das Idéias.
    Através do Mundo das Idéias Platão tentou explicar o desenvolvimento do conhecimento humano. Para ele, o processo do conhecimento se desenvolvia por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das idéias e essências.
    É através das sensações e impressões dos sentidos que ocorria a primeira etapa do processo do conhecimento, ou seja, a opinião que se tem da realidade. Esse conhecimento chamado sensível, embora seja verdadeiro, sabe porque as coisas estão assim, sem saber porque o estão.
Segundo Platão, o conhecimento para ser autêntico deveria penetrar na esfera racional do Mundo das Idéias, ultrapassando, portanto, as impressões sensoriais e o plano da opinião. 
    Para se conquistar o conhecimento autêntico e verdadeiro, Platão propunha a dialética, que na realidade consiste da contraposição de uma opinião. Uma tese qualquer seria seguida da negação da própria tese, com o objetivo de purificá-la de possíveis equívocos e erros.
  Platão acreditava que somente era possível estar no Mundo das Idéias através do conhecimento racional, filosófico e científico, pois acima da realidade “sensível” deveria existir uma realidade “inteligível”.
Daí mais um traço característico de Platão, a confiança no poder da razão. Para ele a verdade filosófica só poderia ser alcançada mediante a purificação e o amor.
   Para Platão a beleza em todo seu esplendor se encontrava no mundo das idéias onde moram seres perfeitos e totais. O mundo sensível é um mundo de seres imperfeitos. Ele está em tudo o que captamos com os nossos sentidos, porém possui apenas uma parcela do ser ideal. Todas as idéias existem no mundo dos inteligíveis que se situa na esfera celeste.
Platão e a arte da política


Platão (428-328 a.C.) não acreditava na democracia. Para ele a política, a boa condução dos homens em sociedade era um arte que somente bem poucos dominavam. O ideal, para ele, era uma coletividade governada pelos mais sábios, visto que os pensadores eram uma espécie de sócios humanos dos deuses, os únicos a entenderem os difíceis mecanismos da boa regência de tudo.


Platão: o nascimento do estado

    Além da existência de uma assustadora fauna que os apavorava com seus rugidos e uivos assustadores, os homens igualmente passaram a desentender-se entre si. Colocou-se então uma questão de sobrevivência geral da espécie. Qual seria, perguntaram então, a forma de organização mais correta para salvá-los dos golpes selváticos vindo da natureza arredia e deles mesmos? Qual a dimensão que o estado protetor deveria assumir? Os regimes políticos que então surgiram, os de um só homem (monarquia ou tirania ), de alguns (aristocracia ou oligarquia), e o dos muitos (a democracia), teriam sido as maneiras, não científicas segundo ele, de encontrar a solução para a difícil arte de governar os homens. 
    Para o filósofo, o problema não está ai, nas formas em que os corpos políticos se estruturam e se apresentam, mas sim no fato de todo o mundo, numa espécie de acesso de auto-suficiência irrefletida, achar-se habilitado a conduzir a política.
   Como bom grego daquela época, Platão não se cansou de comparar as práticas do governo às técnicas do pastoreio e à arte da navegação, pois afinal enquanto metade da população da antiga Hélade pastoreava cabras e ovelhas nas montanhas e vales, o resto estava no mar, entregue ao comércio, à pesca, e quando não, como Homero mostrou, à pirataria. Por isso, soam repetidas as expressões tão usadas por Platão de “rebanho”, “cajado” , “leme”, “rota”, “porto”, aplicadas como exemplos da vida política, e “pastor” e “ piloto” quando referidas aos governantes. 
    Tanto num caso como no outro, na terra ou nas ondas, as coisas eram conduzidas por alguém que detinha um conhecimento, uma habilidade qualquer, fosse a do pastoreio ou a da navegação.


Corrente de pensamentoQuem rege o governo
PlatonismoO sábio, o pensador, porque sabe o que é bom , belo e justo
CristianismoO sacerdote, o evangelista que traz a palavra da salvação
MarxismoO intelectual revolucionário
ComtismoO cientista
Saint-simonismoO tecnocrata

Materiais complementares
Textos e artigos

O sonho de Platão - por Voltaire Schilling


Neste link você encontra um texto bem didático sobre a concepção política de Platão feito pelo historiador Voltaire Schilling.

Livros de Platão

A República

O Banquete: 

Fédon:

Filebo: 

Górgias: 

Vídeos e Filmes relacionados
Esse Vídeo foi extraído do Youtube, produzido pela professora Viviane Mosé e apresentado no fantástico. Muito didático, vale a pena assistir!


Download documentario : De Aristóteles a Stephen Hawking

Sinopse
Escrito, dirigido e apresentado pelo documentarista grego Paul Pissanos, DE ARISTÓTELE A HAWKING busca respostas na analise das teorias de filósofos clássicos, incluindo Pitágoras, Protágoras, Platão, Sócrates, Anaxágoras, Aristóteles e Plotino, sobre o “início do mundo”.
Informações
Tamanho: 288.17 MB
Idioma:  Português
 Download: 
(episódio 1 de 12)

ATLÂNTIDA – A Prova


Informações
Tamanho: 745 MB
Idioma:  Inglês 

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 Documentário: 

QUESTÕES DE VESTIBULAR (CLIQUE AQUI)

Questões sobre Platão

1)(UFU 09/2002) 
“Mas quem fosse inteligente (…) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes [brilhantes]; à primeira, deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria do que aquela que descia do mundo luminoso.”
(A República, 518 a-b, trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987. )

Sobre este trecho do livro VII de A República de Platão, é correto afirmar.
I - A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão.
II - O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em retornar às sombras.
III - O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível, fundada em uma comparação entre o olho e a alma.
IV - No trecho, é afirmado que o conhecimento não necessita de educação, pois quem se encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz.

Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
A) II e III
B) I e IV
C) I e III
D) III e IV

Gabarito: C

2) (UEL-2005) “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies.
- É verdade.
- Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade”. (PLATÃO. A república.Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar:
a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros.
b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o princípio universal de igualdade entre todos os seres humanos, homens e mulheres.
c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos políticos, faz as
leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece.
d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas.
e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz.

Gabarito: d

3) VESTIBULAR UFF 2008 – 2009 - 
Em seu diálogo A República, Platão descreve na célebre Alegoria da Caverna a situação de homens aprisionados desde a infância no fundo de uma caverna e de tal forma que só podem olhar para uma parede em frente sobre a qual se projetam as sombras de bonecos colocados atrás destes homens. Um destes homens se liberta, sai da caverna e aos poucos se acostuma com a luminosidade externa, começa a distinguir as coisas e por fim descobre o Sol como a fonte da luz. Ele se dá conta, então, da ilusão representada pelas sombras que ele e os outros tomavam como realidade. Exultante com sua descoberta, ele retorna à caverna para relatar sua experiência, que é assim narrada por Sócrates:


“Suponha que esse homem volte à caverna e retome o seu antigo lugar. Desta vez, não seria pelas trevas que ele teria os olhos ofuscados, ao vir diretamente do Sol? E se ele tivesse que emitir de novo um juízo sobre as sombras e entrar em competição com os prisioneiros que continuaram acorrentados, enquanto sua vista ainda está confusa, seus olhos ainda não se recompuseram, enquanto lhe deram um tempo curto demais para acostumar-se com a escuridão, ele não ficaria ridículo? Os prisioneiros não diriam que, depois de ter ido até o alto, voltou com a vista perdida, que não vale mesmo a pena subir até lá? E se alguém tentasse retirar os seus laços, fazê-los subir, você acredita que, se pudessem agarrá-lo e executá-lo, não o matariam?”.
Platão parece estar descrevendo a situação do “filósofo” quando este pretende esclarecer os demais seres humanos sobre o que ele pensa ser a verdade.
A partir desta narrativa de Platão, discorra sobre qual o papel do “filósofo” no mundo contemporâneo.

GABARITO: Na alegoria da caverna, as idéias principais estão nas oposições: “mundo sensível” – “mundo inteligível”, “opinião” – “ciência”, “aparência” – “realidade” e outras análogas. O “filósofo” é representado por alguém que se liberta das “aparências” e tenta explicar a “realidade” para os outros, mas é hostilizado e ameaçado. O candidato poderá então discorrer sobre a condição ontemporânea do “filósofo” ou do “sábio” e de seus conflitos com os outros seres humanos.


4)

Na célebre pintura A Escola de Atenas, o artista renascentista italiano Rafael reuniu os principais nomes da filosofia grega, tendo ao centro do quadro as figuras de Platão e de Aristóteles. Na pintura, Platão aponta com sua mão para o alto e Aristóteles aponta para baixo. Deste modo, com estes gestos, Rafael estava ilustrando a distinção entre a filosofia de Platão e a filosofia de Aristóteles. Indique e discorra sobre a principal diferença entre a filosofia de Platão e a de Aristóteles.

GABARITO: Na pintura de Rafael, o gesto de Platão aponta para o “mundo ideal” e o de Aristóteles para o “mundo real”. A interpretação de Rafael é evidentemente esquemática. O candidato poderá expor suas próprias concepções sobre as diferenças entre Platão e Aristóteles.


5) 
(Oswaldo Cruz - SP) Entre muitos, três grandes filósofos se notabilizaram na Grécia antiga: Aristóteles, Platão e Sócrates. Um deles defendeu a teoria de que através do conhecimento se chega à virtude. Notabilizou-se pelas expressões “Só sei que nada se” e “Conhece a ti mesmo”. Outro, nos “Diálogos”, desenvolveu a sua “teoria das idéias”, segundo a qual as coisas do mundo físico que se percebem pelos sentidos nada mais são do que cópias das idéias, modelos perfeitos e eternos que só podem ser percebidos pelo espírito; o outro, na sua “Política”, analisou qual seria a forma ideal de governo e as diversas constituições gregas. Considerando a ordem dos enunciados, tais princípios foram defendidos, respectivamente, por:


a) Aristóteles, Platão e Sócrates.
b) Sócrates, Platão e Aristóteles.
c) Aristóteles, Sócrates e Platão.
d) Platão, Sócrates e Aristóteles.

Gabarito: B

terça-feira, 26 de abril de 2011

Zeitgeist 3: Moving Forward - O Futuro É Agora


CONTEÚDO DIDÁTICO: FILOSOFIA, HISTÓRIA, POLÍTICA E SOCIOLOGIA - CAPITALISMO, ECOCENTRISMO E NOVA ORDEM MUNDIAL.

Dados do Arquivo:
País de Origem:  EUA
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 
Ano de Lançamento:  2010/2011
Formato: AVI
Qualidade: DVD Rip
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Direção: Peter Joseph


Sinopse:
Tal como aconteceu com o seu antecessor, o premiado Addendum tornou-se um vídeo viral na internet, obtendo mais de 50.000 milhões de visualizações no seu primeiro ano. Após o lançamento da sequela, Joseph fundou um movimento social inspirado pela reacção do público, intitulado “O Movimento Zeitgeist”. Esta organização global, agora com mais de meio milhão de membros em 200 países, trabalha para dar início à transição da cultura para um novo paradigma econômico sustentável e Zeitgeist: Moving Forward é, em parte, uma expressão de media com o mesmo propósito. “O Movimento Zeitgeist” é uma extensão do Projecto Vénus, uma organização criada pelo designer industrial Jacque Fresco, que também é destacado no filme. Zeitgeist: Moving Forward é o terceiro fascículo daquilo que se tornou um projecto de filmes culturais, que continua a debruçar-se sobre o actual “Zeitgeist”, que significa “o espírito ou a consciência de uma época” ou cultura. Para mais informações sobre Zeitgeist: Moving Forward, incluindo datas de lançamento: www.zeitgeistmovingforward.com Para saber mais sobre os filmes Zeitgeist e sua história:www.zeitgeistmovie.com


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Para colocar a legenda selecione o ícone "cc" no canto inferior da tela.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Crise econômica mundial pode retornar



Crise econômica mundial <br>pode retornar

Em relatório publicado na última semana, o FMI (Fundo Monetário Internacional) advertiu para a possibilidade de um nova recessão da economia mundial. E o sinal de alerta soou novamente nos Estados Unidos.
Segundo analistas, as finanças da maior economia do planeta foram as mais afetadas pela concessão de empréstimos destinados a salvar empresas e bancos nos últimos dois anos. A consequencia é o aumento da projeção do déficit público do Estado norte-americano para este ano. Estima-se que o déficit pode chegar a 10,8% do PIB, o que representa mais do dobro da projeção média dos países da região do euro (4,4%) e da média mundial (4,7%).
De fato, a ajuda aos bancos e grandes empresas à beira da falência foi realmente enorme. À escala global, esta ajuda atingiu US$ 14 trilhões (mais de 7 vezes o valor do PIB brasileiro, que foi de US$ 1,8 trilhões em 2010).
Para cumprir seu compromisso de reduzir pela metade o déficit do Estado norte-americano até 2013, Obama propôs, em discurso feito na última quarta-feira, cortes para os próximos 12 anos que somam US$ 4 trilhões. Estima-se que os setores mais afetados seriam o da saúde (US$ 1 trilhão), educação, meio ambiente, transporte, infra-estrutura, salários e benefícios dos funcionários públicos federais (US$ 770 bilhões), assim como os subsídios agrícolas, o seguro de pensão federal, o vale-alimentação e os programas de suporte de renda para os pobres e os desempregados (US$ 360 bilhões).
Dos gastos militates, Obama cortará menos de 4%, o que equivale a um corte de US$ 400 bilhões nos próximos 12 anos. O caráter irrisório do corte dos gastos militares em comparação com aqueles da área social fica ainda mais evidente se for levado em conta que os Estados Unidos foram responsáveis por 43% de tudo o que o mundo gastou com os setores militares em 2010, seguido de longe pela China (7,3%) e pela França (3,6%). As despesas militares dos Estados Unidos chegam a 4,8% do PIB, taxa bem superior à da China (2,1%), da Índia (2,7%) e do Brasil (1,6%).
Entre as medidas propostas por Obama para conter o déficit público, inclui-se também o aumento dos impostos para os ricos. No entanto, o presidente não detalhou os percentuais. Estima-se que o máximo que ele possa chegar é tentar neutralizar os cortes de impostos aos ricos realizados pelo seu antecessor, George W. Bush, o que significa muito pouco.
Em seu discurso, Obama citou o governo brasileiro como exemplo de eficiência em cortes de gastos públicos. De fato, as receitas dos dois governos seguem a mesma lógica: conceder empréstimo barato às grandes empresas e bancos, por um lado e, por outro, cortar as verbas destinadas aos serviços sociais voltados aos trabalhadores.

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